terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dai-me outro viés de ilusão,
pois minha paixão tu não compras mais com o teu olhar... ♪

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Lágrimas de Depressão

É assim todo o dia
o sol clareia brando, a lua suaviza meu pranto, medito sobre minha vida vazia
lágrimas de suplício, lágrima geladas...
lágrimas desperdiçadas...
Tentando aliviar meu martírio, e eu odeio tudo isso
odeio sentir essa tortura, ser seguido por essa amargura
até já tentei suicídio
minha lamúria, meu terror que queima minha alma, minha mortificação que não me deixa ter calma
minha eterna fúria
Lágrimas...
lágrimas de dor
lágrimas sem amor
mágoas...
Tentei me afogar nessa lamentação inútil, esse lamento fútil
na bruma que disfarça o mar, mas isso não me protegeu
só me trouxe mais aflição, só trouxe minha crucificação
mas isso não me abateu, pois, assim como eu
nesse mundo profano, sufocado nesse desejo insano, muita gente morreu nessa imortal depressão.

domingo, 19 de junho de 2011

A mais bela das flores


O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.
Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar.
E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou
na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria:
- "Veja o que encontrei".
Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água ou luz.
Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se
sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:
- "O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei, é sua."
A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho,
mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.
Então me estendi para pegá-la e respondi:
- O que eu precisava.
Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela
primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.
Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele
jardim.
- "De nada", ele sorriu.
E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a pensar como ele
conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho.
Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente?
Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão.
Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU.
E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo
que é só meu.
E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele
garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.

Ontem

Ontem lutei com dragões,
Molhei a rua com minhas lágrimas,
Me questionei sobre o querer e não querer das coisas,
De minha parte e de parte alheia.
Ontem tentei me aproximar de um mundo antigo,

Na minha rua ainda moram alguns amigos,
(que eu não vejo nunca, mas eles sempre estão por lá)
Eu tive febre, eu tive frio, eu tive medo
Por piedade ou respeito eu contei…
…eu falei tudo.

“Não há motivo pra odiar
A raiva não apaga”;
Me disseram isso ontem a noite e me doeu mais…
Muito mais.

Tive vontade de levantar, dar “adeus” e caminhar…
Entregar as cartas e desistir do jogo,
Mas fugir deixou de estar entre minhas atitudes,
Não me permito mais fugir.

Eu dei a cara para bater e recebi um abraço.

Eu não mereço isso
Tenho vontade de ir para longe
Mas já combinei “comigo”
Fugir não, nunca mais.
Sei que eu também me preocupo com o que as pessoas pensam de mim, mas eu sou o que as pessoas enxergam, e eu acho extremamente importante nos lapidarmos constantemente e ser-mos o que queremos aparentar. É muito bom ter ambição, querer ser melhor, querer buscar mais, mas é extremamente destrutivo ficar fingindo a si mesmo, a vida inteira, ser alguém que nem existe! E por conseqüência nem saber mais se realmente ainda existe, não lembrar mais. [Sérgio Cerqueira]
Não me perguntem quando volto, pois não sei se volto, não sei se “quero” voltar, e se quisesse talvez não teria para onde voltar. [Sérgio Cerqueira]
“Eu sei é tudo sem sentido, quero ter alguém com quem conversar, alguém que depois não use o que eu disse contra mim!” [Sérgio Cerqueira]